Falar de Saturno ou do signo de Capricórnio, pouco compreendido pelas
pessoas, muitas vezes é sinônimo de isolamento e solidão. De privações, de
perdas, limitações. O mundo moderno nos remete a uma falsa igualdade, reduzida
pela uniformidade e pela negação da hierarquia. A hierarquia em nossa civilização
atual foi substituída pela hierarquia do DINHEIRO, do lucro, criando uma falsa repartição
dos bens e quebrando a repartição harmoniosa das coisas, fundamentada nas aptidões
de cada pessoa e naquilo que ela pode oferecer a sociedade.
Na Astrologia, a entrada do Sol em um signo Cardinal é também a
comemoração da entrada em um ciclo especifico da Natureza. Aqui, para nos que
moramos abaixo do equador, no hemisfério Sul seria o Solistício de Verão, e para aqueles que
moram acima da linha do Equador, o Solistício de Inverno.(22 de dezembro) no
Hemisfério Norte. O signo de Capricórnio coincide com o inverno,momento no qual
as forças de contração e cristalização se encontram em seu apogeu. É um período
que marca ao mesmo tempo o INICIO e o FIM de todo e qualquer movimento. É um
período onde o homem deve buscar voltar-se para as coisas do Céu, sendo para
isto necessário a quietude da Alma.
O topo da montanha, símbolo que representa
o signo de Capricórnio, também nos remete a uma calma, a uma paz interior, a um
perfeito retiro, que limita os movimentos do corpo e permite um contato maior
com o Sagrado.
A partir da renúncia a coisas do mundo cotidiano, conquistada através do
esforço de subir a montanha, existe a fusão do Eu com o Cosmo,
Saturno
representa o homem que alcançou a
plenitude de seus poderes espirituais, e consequentemente, comunica-se
com o mundo através de sua Autoridade, dado pelo Céu. Aqui vemos a exclusão de
qualquer tipo de afetividade ligado ao Ego. A renúncia as coisas mundanas e de tudo que a
representa, por isso Capricórnio está apresentado como signo oposto ao signo de
Câncer, signo que está na base. (CASA IV - FUNDO DO CÉU)
Saturno e
Capricórnio rege a limitação mais dolorosa que temos: O TEMPO.
Neste período da Natureza, que entramos neste ciclo regido por Capricórnio e
Saturno, devemos compreender a permanente ligação entre o Microcosmo e o
Macrocosmo, aprender a dominar a dualidade, que é alcançado através do estado
de total entrega, de renúncia (na meditação temos que renunciar a todos os estímulos
sensoriais para alcançar um estado místico de Unidade).
É neste momento de
isolamento e contemplação, de plena União Divina, que o homem faz vibrar o coração.
Saturno o convida a alcançar o topo da montanha, ir alem das limitações
materiais e temporais, se desligar da realidade dual, unindo-se a consciência Divina
que jamais o abandonou.